“BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE” (in Portuguese)

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“Batman: o Cavaleiro das Trevas Ressurge”, em cinemas do mundo inteiro desde julho de 2012.

Batman está de volta,  mais sombrio e zangado (também vulnerável) do que nunca, no terceiro e último filme da trilogia de Christopher Nolan: “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”.

Bane, o vilão malvado e de voz quase incompreensível, por um dos erros da equipe de produção do último filme da trilogia do “Cavaleiro das Trevas”.

Desta vez, o vilão é um bruto fortão de nome Bane, que age como uma máquina que mata a sangue frio, e tem conhecimento das mesmas artes marciais que Batman – ou seja, Bruce Wayne –, a que ele aprendeu anos atrás (em “Batman: O Início”) quando ainda jovem, trabalhando para a ultrassecreta, ultrassinistra “Liga das Sombras”.

No início do filme, Bane (que usa uma máscara que lhe sustenta com analgésicos) já está a caminho da Cidade de Gotham, onde Batman – também  conhecido como o industrialista bilionário Bruce Wayne – tem vivido em reclusão na Mansão Wayne,  ainda se recuperando das lesões que sofreu no segundo filme… vivendo escondido lá, despenteado, e incomunicável,  por volta de oito anos. (Ele virou, diga-se de passagem – pegando leve—, uma destruição total.)

O ator Joseph Gordon-Levitt faz o papel do policial que ajuda Batman a lidar com os problemas causados na Cidade de Gotham.

Quando um jovem policial (Joseph Gordon-Levitt) passa a saber que Bane está retornando à cidade,  ele tenta persuadir Batman a sair de seu isolamento. (“The Caped Crusader” – totalmente confundido como são tantos vigilantes de estórias em quandrinhos – pode não ser um herói entre “Gotham’s Finest” (os “Melhores de Gotham”), mas Gordon-Levitt é, graças aos céus, uma exceção.

Explosivos de alta potência que derrubam topos de edifícios, de pontes, e até mesmo de um estádio… um dispositivo nuclear que Bane usa para fazer Gotham ajoelhar-se… deputados corruptos, ganaciosos rivais no mundo dos negócios, traiçoeiros colegas de trabalho… um número maior de mortes, parece, que em qualquer meia-dúzia de filmes de guerra combinados – o texto (ou a estória) de Nolan (que recebeu ajuda de seu irmão, Jonathan, para escrever o enredo) tem de tudo, e bem perto do princípio do filme, vê-se Gotham totalmente dominada por bandidos perigosos.

Christian Bale é o bilionário Bruce Wayne, ou seu alterego “Batman”.

Fazendo o papel de Bruce Wayne/Batman, Christian Bale não mostra nada de original, ou diferente; como Bruce, ele fala com sua voz normal (com um sotaque americano  mais perfeito que nunca, haja vista que o ator é do País de Gales), e com sua voz áspera e rouca quando faz o Batman; Michael Caine é seu eficiente mordomo, Alfred, como sempre; Gordon-Levitt  faz, extraordinariamente,  o papel do soldado de cavalaria como o jovem heroi policial; Gary Oldman – um de nossos melhores atores do cinema e um dos favoritos de Stuart R. Brynien, que escreveu esta matéria originalmente em inglês – repete seu papel como o velho, porém também heroi, Jim Gordon; Morgan Freeman é muito bom com seu personagem, o “cérebro” de Batman, nos bastidores, o executivo Lucius Fox, das Indústrias Wayne; e Anne Hathaway como Selina Kyle, num figurino “talhado, moldado e colado”, ou, como também é conhecida, a “Mulher-gato”, com seus olhos brilhantes e sorriso sedutor, parece estar se divertindo muito mais que os outros.

A atuação de Anne Hathaway foi definitivamente a melhor entre todos os atores em “Batman” de 2012, trabalho digno de um Oscar.

O grande problema do filme – sua maior desvantagem – é com Bane mesmo, na atuação de Tom Hardy. Bane sempre usou uma máscara (pelo menos nas estórias em quadrinhos), do tipo das que profissionais de luta livre usam, mas Nolan sobrecarrega-o  com algo que cobre totalmente sua boca, tornando sua fala ininteligível, por quase completamente.  Tom Hardy ou mostra seu diálogo numa voz abafada que o faz soar estranhosamente como Sir Ian McKellen, ou, por muitas vezes, não é possível entender nada que ele diz. (E, porque somente seus olhos são visíveis por trás da máscara, também não é possível ver muito de sua face.)

Hardy, como ator, está fazendo o melhor possível, certamente, mas graças àquela terrível máscara , ele precisa ser decifrado. (Aposto que você certamente não entenderá a parte sobre o Coringa de Heath Ledger.)

Batman pilotando o formidável Batmóvel.

“O Cavaleiro das Trevas Ressurge” tem um enredo típico de Nolan: bandidos demais (o suficiente para vários filmes), cenários demais, demasiados e desnecessários retornos e pegadinhas que abarrotam a parte final – a conclusão – do filme.

Será que o filme é um espetáculo visual? Sim, é. Divertido? Com certeza. Será que ele também é – e aqui vai, é claro, o mais imperdoável de todos os pecados – tedioso? Não é.

Para os fãs de longa data de Batman, como sou eu, entretanto, a filosofia cinematográfica de Nolan – Menos é mais? Nenhum sentido! Mais é jamais suficiente! – tornou “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” um esforço decepcionante, de fato.

A ponte do Brooklyn sendo explodida, no filme, para negar acesso de habitantes de Gotham a outras cidades.

ANALISE CRITICA CINEMATOGRAFICA por Stuart R. Brynien

TRADUÇAO de Lucas Eller

Notas: o autor desta análise crítica é Stuart R. Brynien, um dos funcionários mais renomados e bem informados da Livaria chamada Drama Book Shop, a única no mundo que ganhou um TONY especial da comunidade teatral  Broadway de Nova York. Daqui a meia década, a livraria completará um século servindo aos profissionais das artes cênicas desta cidade, e de todo o mundo. “E, porque vemos as faces mais famosas do mundo quase diariamente, como nossos clientes, gostaríamos de agradecer a todos os mais talentosos atores e profissionais nas artes cênicas no mundo por virem nos visitar no Drama Book Shop”, agradece a livraria aos seus clientes por comprarem lá seu material de trabalho.